Ministério dos Transportes inicia ano com 20 bilhões em investimento
Data
10/Jan
O ministro dos transportes Renan Filho quer divulgar este mês um plano de ação de 100 dias para o setor
Após os investimentos terem caído ao menor nível da história, o ministro dos Transportes, Renan Filho, assumiu o cargo com R$ 20 bilhões para gastar em infraestrutura de transporte - mais de três vezes a verba dos últimos anos. Ele vai divulgar no dia 16 um plano de ação para os próximos 100 dias, que envolve retomar todas as obras paralisadas, reparar as rodovias para o escoamento da safra, preparar as vias para o período de chuvas e fortalecer a resposta para emergências.
"Vamos retomar obras paralisadas e garantir a revitalização da malha rodoviária, que está no seu pior estado de conservação no período recente. Prepararemos o País para o escoamento de grãos, já que janeiro, fevereiro e março são os principais meses da produção do País. Temos o recurso necessário para colocar o orçamento em pé. Vou apresentá-lo ao presidente e, se ele concordar, vamos anunciar no dia 16", disse Renan Filho.
O ministro entende que seu grande desafio é garantir sustentabilidade fiscal e sinalizar que o Brasil é responsável com seu nível de endividamento, garantindo de forma paralela o funcionamento das políticas públicas e preservando os investimentos. "Caso contrário, (o cenário) vai obrigar um caminhoneiro a enfrentar uma estrada esburacada ou não ter uma ferrovia".
Em sua cerimônia de posse, na última terça-feira (3), Renan Filho falou sobre a necessidade de ampliação da malha ferroviária. Ontem, questionado sobre a possibilidade de rever o novo Marco Legal de Ferrovias, regulamentado em outubro de 2022, ele explicou o que deve fazer.
"Ele carece de algumas regulamentações. Nós vamos revisitá-lo para organizar sua devida aplicação. Ele já trouxe grandes benefícios com as autorizações, mas precisamos vê-las saírem do papel. Avançar em concessões é uma agenda prioritária".
Na gestão anterior, a pasta da Infraestrutura precisou lidar muitas vezes com reclamações dos caminhoneiros em relação aos preços dos combustíveis. Agora, Renan quer dar novos direcionamentos à questão. "A questão de caminhoneiros é multidisciplinar porque questões tributárias se relacionam com a Fazenda, mas crise mesmo quem toma conta é a Casa Civil. O Ministério dos Transportes tem ANTT, que regula a atividade, e o ministério cuida das estradas".