Segundo a PM, um dos objetivos da ação é a prisão de criminosos envolvidos nestes tipos de crime: 'o águia foi o despertador de hoje', relatou um morador
Polícias Civil e Militar realizam operação na Maré contra roubo de cargas e veículos
Data
19/Maio
Rio - Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram, nesta quinta-feira (18), uma operação conjunta no Complexo da Maré, na Zona Norte. Segundo a Polícia Militar, a operação teve o objetivo de prender criminosos envolvidos em roubos sistemáticos de cargas e veículos.
De acordo com a PM, a operação acontece nas comunidades do Parque União e Nova Holanda. Além do Bope e do Core, policiais do BAC (Batalhão de Ação com Cães) também atuaram no Parque União. Ao todo, os agentes apreenderam 4 mil papelotes de crack e cerca de nove quilos de maconha divididos em oito sacolas e um tablete.
Raniery Soares, de 26 anos, morador do Parque Maré, comunidade ao lado da Nova Holanda, disse que ouviu os tiros nesta manhã. "Clima tenso. O águia foi o despertador de hoje. Saíram uns tiros, mas logo pararam. Não conseguimos sair para trabalhar e nem para estudar", reclamou o jovem.
Raniery também se queixa sobre as constantes intervenções e tiroteios na região. "No mês passado foram quatro. Rotina totalmente interrompida pelo Estado", concluiu.
Segundo relatos, além do helicóptero, conhecido como águia, o caveirão da polícia também atuou no complexo.
Uma moradora do Parque União, que preferiu não se identificar, denunciou que sua casa teria sido invadida pelos agentes. "Com três crianças em casa, tive a casa invadida por policiais. Eu achava que era exagero de algumas pessoas, mas, hoje, vi que não é. Me senti coagida e humilhada. Em cada pergunta eu me tremia para responder", desabafou a mulher.
Segundo a jovem, os policiais afirmaram que ela não ouviu eles batendo na porta. "Acordei com um na janela do quarto e um dentro da minha sala. Cada dia mais difícil viver na favela", relatou.
Procurada, A PM informou "que as ações da corporação são planejadas com base em informações da inteligência, sendo pautadas por critérios técnicos e tendo como preocupação central a preservação de vidas". A Polícia Civil ainda não se manifestou sobre a invasão.