Para a Fenabrave, em 2023 o resultado deve ser parecido ao do ano passado, com relação às vendas de caminhões. Mas muito mais ocasionado pela limitação de crédito
A indústria de caminhões, afetada pela falta de peças e componentes, segundo a Fenabrave, fechou 2022 com leve retração nas vendas, de 2,12%. Isso significa que, como resultado, as fabricantes venderam 124.584 caminhões ante 127.281 em 2021.
Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, além da limitada produção, fatores macroeconômicos interferiram no crescimento. Fatores associados ao crescimento da renda mais limitado também impediram o empresário de conseguir crédito para financiamento de novos veículos.
Além disso, o executivo ressalta que para 2023 as projeções são bem parecidas com os resultados do ano passado. Dessa forma, há a expectativa de repetir os volumes de emplacamentos de 2022. Portanto, totalizando pouco mais de 124,5 mil unidades.
Neste caso, poderemos ter um melhor desempenho no primeiro trimestre. Mas em função da possibilidade de comercialização do caminhão com tecnologia Euro 5. A partir de abril, com a chegada do modelo Euro 6, esse movimento deve desacelerar?, avalia Andreta Jr.
Crédito limitado
Para o presidente da Fenabrave, o crescimento da inadimplência em 2022 deve se repetir neste ano. E estreitar ainda mais o crédito para o financiamento de veículos novos. Adiciona-se a isso às elevadas taxas de juros. Assim, impactando nas vendas dos caminhões, sobretudo os modelos com a tecnologia Euro 6, que ainda chegarão mais caros.
Seja como for, em dezembro de 2022, o setor emplacou 12.064 caminhões, ante as 9.936 unidades vendidas em novembro. Ou seja, alta de 21,42%. Ademais, no mês a mês, dezembro de 2022 registrou aumento de 0,75% em comparação com o mês de dezembro de 2021. Naquele ano, o setor vendeu 11.974 unidades.
Volkswagen lidera venda de caminhões pelo segundo ano consecutivo
Todavia, no acumulado de janeiro a dezembro de 2022, a Volkswagen Caminhões e Ônibus mostrou o melhor desempenho pelo segundo ano consecutivo. Dessa forma, conta com 27,70% dos emplacamentos totais. Em seguida vem a Mercedes-Benz com 27,49%. Depois a Volvo, com 19,34% dos emplacamentos.
Depois, em quarto lugar a Scania, com 10,60%. A Iveco está na quinta posição, com 8,58% e a DAF, com 5,45%, vem em sexto lugar. A JAC, por sua vez, é a única que entra no ranking com caminhões 100% elétricos. E participa na sétima colocação com 0,42%.
Caminhões pesados
No acumulado de 2022, a venda de caminhões pesados representou 50,98% do mercado total. Logo depois vêm os semipesados, com 27,55%. Em terceiro lugar estão os médios, com 8,37% e, em quarto, os leves, com 8,15%. Por fim, os semileves fecham a lista com 4,95% dos emplacamentos.
Seja como for, por modelo, o líder é o Volvo FH 540, que soma 8.317 emplacamentos de janeiro a dezembro de 2022. Em seguida vem o DAF XF, com 6.301 vendas. Na terceira posição está o Volkswagen Delivery 11.180, com 5.595 emplacamentos. Na quarta posição está o Volvo FH 460, que teve 5.171 vendas no período.
Venda de ônibus sobe em 2022
Em 2022, o mercado de ônibus reagiu, depois de um longo período, desde o início da pandemia amargando quedas. Dessa forma, emplacou durante todo o ano passado 21.860 . Ou seja, crescimento de 23,42%, quando se compara com as 17.712 unidades emplacadas durante o ano de 2021.
Da mesma forma, em dezembro o setor vendeu 2.680 ônibus. Assim, quando se compara com dezembro de 2021, a indústria cresceu 77,25%, já que naquele mês emplacou 1.512 unidades.
Por outro lado, dezembro do ano passado foi melhor do que novembro, quando o setor emplacou 2.116 ônibus. Crescimento de 22,34%
Para Andreta, o resultado positivo no setor de ônibus é impulsionado pelos programas do governo de transporte público e escolar.
Ademais, para 2023, a entidade acredita no crescimento de 5% no setor. Isso, em função do crescimento do turismo e do Programa Caminho da Escola. Se a previsão se confirmar, é possível fechar 2023 com 23 mil ônibus emplacados.
Venda de implementos deve continuar com queda, já que em 2021 ocorreu a renovação de frota
Implementos rodoviários
Em 2022, a indústria fabricante de implementos rodoviários emplacou 83.185 unidades. Portanto, se comparar com 2021, a retração é de 7,98%. Naquele ano o setor havia vendido 90.398 implementos.
Em contrapartida, um bom desempenho é apresentado em dezembro quando comparado a novembro. Nesse sentido, no mês passado foram vendidas 7.891 unidades. Ou seja, 26,44% de crescimento em comparação com o mês de novembro que emplacou 6.241 implementos rodoviários.
Para a Fenabrave, o segmento de implementos deve continuar apresentando retração em 2023. Assim, em cerca de 10%, totalizando pouco mais de 83 mil unidades emplacadas.
Esse movimento decorre da renovação de frota já ocorrida em 2021, quando este segmento teve aumento de cerca de 35%?, diz Andreta Jr.
Os dez caminhões mais vendidos de 2022
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